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Biblioteca mais antiga de São Paulo, no Mosteiro de São Bento


Foto: Junior Lago Uol

O coração de São Paulo abriga a biblioteca mais antiga da cidade, com 421 anos de história, também é uma das mais antigas do país. A Biblioteca do Mosteiro de São Bento de São Paulo guarda um tesouro que contém parte dos maiores ensinamentos da humanidade. O acervo é conservada em amplas salas no segundo andar do histórico prédio localizado a poucos metros do local onde a metrópole nasceu.

Em uma matéria do Uol, o portal descobriu que existem mais de 115 mil livros que são reunidos desde 1598, quando os primeiros monges começaram a trabalhar nessa biblioteca.

Os títulos da biblioteca do Mosteiro de São Bento estão disponíveis para consulta dos próprios monges, que têm a leitura como um de seus hábitos diários, e para os alunos da Faculdade de São Bento. O acesso ao ambiente da biblioteca, no entanto, é de claustro e restrito aos 40 monges beneditinos que lá vivem.

A biblioteca do Mosteiro de São Bento tem alguns livros raros em sua coleção. O mais antigo é uma bíblia de Gutenberg, de 1496, cerca de cem anos antes da chegada dos monges no Brasil. foto: Junior Lago/Uol

O acervo conta com 581 títulos publicados entre os séculos 15 e 18, joias raras da coleção. Uma bíblia de Gutenberg, o pai da imprensa, é o livro mais raro do acervo da biblioteca de São Bento. Datada de 1496, cerca de cem anos antes de os monges chegarem ao Brasil, e quatro anos mais velha que o nosso país, a bíblia fica isolada em uma sala com umidade e temperatura controladas e acesso restrito às pessoas que conservam estas obras e a estudiosos.

Outros livros raros da coleção: um comentário da bíblia de 1500, uma bíblia em alemão de Lutero, de 1656, a enciclopédia “História Natural do Brasil”, de 1658, os tratados de Aristóteles, de 1607, Steganographia, do monge Johannis Trithemius, de 1676 e um antifonal – base para o canto gregoriano – de 1715. Os exemplares, impressos em latim, grego e alemão, estão bastante conservados também pela alta qualidade do papel usado na época.

Uma das curiosidades sobre os exemplares mais antigos é que alguns – como o comentário da bíblia de 1500 – usavam os antigos papiros como material de encadernação. O monge conta que existem lombadas mais valiosas do que as próprias obras que carregam. Como grande parte dos livros raros possuem edições mais recentes, as obras raras ficam restritas à conservação museológica.

Os primeiros registros da história dessa biblioteca são de 1750, quando as aquisições começam a aparecer em atas dos capitulos – nome dado às reuniões internas dos monges. Eram obras vindas da Europa, principalmente do antigo (hoje desativado) Mosteiro de São Martinho de Tibães, em Braga, Portugal.

Na época entre os beneditino estava Frei Gaspar da Madre de Deus, considerado um dos primeiros historiadores de São Paulo.

Os livros censurados do Mosteiro de São Bento Biblioteca quatrocentona conta com títulos que já foram proibidos pela Igreja Católica

Entre os cerca de 100 mil livros da preciosa biblioteca do Mosteiro de São Bento, no centro de São Paulo, há vários que já foram proibidos pela própria Igreja Católica. São obras que constaram do famigerado index, a lista de obras censuradas pelo Vaticano, que vigorou até 1966. “No jornal L’Osservatore Romano, edição de 15 de junho de 1966, foi publicado o decreto do papa Paulo VI, eliminando o index”, pontua o monge beneditino João Baptista, atual responsável pela biblioteca.

• Steganographia, 1676 de Johannes Trithemius. Trata-se de uma curiosa obra que trata da ocultação de mensagens e dialoga com escritos esotéricos e códigos, algo como telepatia e hipnotismo na nomenclatura da atualidade. Esta é a obra mais importante do autor e também a mais controversa. Trithemius foi monge beneditino, abade de Sponheim. A obra foi escrita por volta de 1500, mas apenas impressa um século depois. Ao ser impressa já foi incluída no index pelo decreto de 7 de setembro de 1609. • Primeira tradução da Bíblia para o alemão, feita por Martinho Lutero. Trata-se de uma edição luxuosa em couro e metal de 1656. A Igreja não permitia a tradução da bíblia, que só podia ser utilizada na versão latina chamada de Vulgata, feita por São Jerônimo. • Edições de O Príncipe de Maquiavel – todas do século 19. • Alguns volumes da Encyclopédie de Diderot, século 19. Algumas dessas escritas também por Voltaire e Montesquieu. • Edição do século 19 Du Contrat Social, de Rousseau. • Primeiras edições das obras de Sartre em francês. • Sermões do Mestre Eckhart, dominicano alemão do século 14. Algumas de suas ideias foram condenadas pelo tribunal da inquisição. As obras no mosteiro estão em alemão e francês e são todas do século 20.

Fonte: Uol Entretenimento | Estadão São Paulo | São Paulo-Infoco l Revista Prosa Verso e Arte

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